Nascido para ser cult movie, este filme diferente ficou mais de um ano em cartaz numa sala em Los Angeles. Depois em São Paulo, também saiu num circuito pequeno e ficou numa única sala criando um publico atraído pelo Boca a Boca. Naturalmente, a critica não entendeu nada chamando-o de "auto-ajuda". Até pode ser um pouco, mas por que não? Que mal há nisso? O fato é que esta é uma original tentativa de misturar gêneros. Ou seja é um documentário diferente, usando atores e personagens, no caso uma atriz premiada com o Oscar, Marlee Matlin no papel da heroína que passa por todos os problemas e dificuldades.
Foi batizado no Brasil de "Quem Somos Nós?". O que não deixa de ser bastante pretensioso. Uma pergunta que, aliás, o filme não pretende responder. Muito melhor é o título original que seria "What the Bleep do We know?" (Bleep - ou blipado, é a maneira que a censura americana na televisão elimina os palavrões. Substitui aqui o expletivo Fuck. Portanto, literalmente seria "Que P**** Sabemos?".
O filme aborda a física quântica de forma leve, deixando-a menos didática e chata, além de questionar o tempo todo o que seria o que vemos. O que é real ou irreal. E como damos valor exato, verdadeiro, para as coisas que nos apresentam no universo. Mais exatamente, se podemos ou não ter certeza se certos objetos "são o que são". Na parte final do filme, um cientista é questionado sobre a existência de Deus. Responde que tem dúvidas, mas se sente como um peixe no oceano. Neste exemplo do peixe, é como se quisessem mostrar o que seria essa dimensão quântica. Os peixes, seríamos nós, e o oceano, seria Deus. Depois falam da utilidade de se pensar quanticamente e como esta nova maneira de ser poderia nos ajudar no dia a dia.
Dão um exemplo: A água de uma fonte de montanha radiografada molecularmente por um cientista fotógrafo tinha uma certa composição, um desenho, e depois de abençoada por um monge budista, esta mesma água, novamente radiofotografada, apresentava uma outra estrutura mais colorida e com um desenho mais bonito. E o cientista diz, se somos feitos basicamente de água, 65%, então uma reza teria este mesmo efeito no corpo humano.
Mas basicamente, o que seria essa percepção que observa? Como é essa realidade que nós humanos construímos? Num exemplo no filme, a realidade não é simplesmente aquilo que vemos. Comprovadamente podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo. E isso é o mais difícil de aceitar. Difícil de entender? Talvez, o filme tenta tornar acessível através de depoimentos e historietas, informações revolucionárias e fundamentais para o homem moderno, dando margem à infindáveis especulações. Mas por isso mesmo fascinante.
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Fonte: http://cinema.uol.com.br
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