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Qual é o seu dom?

Muitos consultores de carreira dizem: descubra o seu dom! Mas, convenhamos... se fosse fácil, só
falando, todo mundo estava numa boa, desempenhando sua missão como Luther King desempenhou a dele, ou Ronaldinho tenta continuar a sua, ou ainda Betinho, irmão de Henfil, trilhou a própria estrada. Como se reconhecer o nosso dom, a nossa missão? Não sei... parece que existe “algo” que nos empurra rumo a fazermos mais do que até nós mesmos acreditamos, a ir além das nossas forças físicas, condições intelectuais e até emocionais. Por este “algo”, desafiamos o nosso medo de falar com pessoas, em dar nossa cara para bater, em fazer algo que nem sabemos se estamos prontos para desempenhar. Fazemos isso porque este “algo” é maior que nós. E para que este “algo” surja, é necessário nos colocarmos a serviço. E investigarmos dentro de nós, e não fora. A força e o caminho estão em nós, e fluem a partir de nós. O consultor norte-americano Brian Souza explica que “às vezes, é difícil ver a verdade sobre nós mesmos e mais difícil ainda reconhecê-la... A resposta só pode vir após cuidadosa observação e escuta das palavras e dos atos, de modo que possamos aprender quem somos e com o que realmente nos importamos”. Neste ponto, percebemos o desenvolvimento profissional e de carreira e a espiritualidade e auto-conhecimento alcançado através da meditação, ioga, constelação familiar sistêmica, entre outras formas, caminham de mãos dadas. Queremos saber o que viemos fazer neste bendito planeta. Pelo menos, eu sempre quis. E engraçado é que, ao ver tantos exemplos de pessoas grandiosas, fiquei buscando neles algo que se encaixasse em mim. Que tal ser igual a Jesus Cristo? Não, é muita areia pro meu caminhãozinho... E então, Francisco de Assis? Ou Bill Gates? Pelé? Ora bolas... é interessante como somos ensinados a olhar para o sucesso dos outros, as benfeitorias dos outros, as qualidades dos outros, e não para nós. Quem somos, e com o que realmente nos importamos?A mente racional, analítica, foi feita para isso: para perguntar. Mas ela não fornece respostas, somente dúvidas. Já que a mente racional fornece dúvidas, por que não utilizar esta competência inata? Faça perguntas a si, mas perguntas construtivas, do tipo:- que talento possuo?- o que sei fazer bem?- o que me diverte e relaxa?- como usar os talentos, as habilidades e as coisas que me divertem no meu trabalho?- o que mais preciso desenvolver?E espere a intuição responder. Não queira responder com a cabeça. Veja se concorda com esta frase: “o grande problema é que vivemos em uma sociedade onde impera a cultura da razão, cujo valor máximo é a mente cerebral e controladora, em detrimento das emoções e da intuição. Sob a ditadura do raciocínio, fica mesmo difícil, senão impossível, estabelecer uma conexão com a divindade interna, o que faz com que as pessoas vivam desconectadas de si próprias, incapazes de se ligarem em sua intuição”. Bem, apesar de poder parecer que esta frase é de um guru espiritualista, ou um religioso, ela vem de Nuno Cobra, um dos mais famosos coaches de esportistas vitoriosos, como Senna, Hakkinen, Gil de Ferran, além de empresários, executivos...

Quando você pergunta a si mesmo sobre sua missão, e silencia a mente lógica, percebe sensações. Muitas vezes são sensações emocionais, que ainda não é intuição. A missão simplesmente surge, talvez com um papel não muito definido, mas com uma convicção tão plena, que sua razão ou sua emoção não podem negá-la. Ela está além da mente. É como se possuíssemos um plano a ser cumprido, uma espécie de projeto, antes de nascermos. Quando andamos em direção à concretização dele, sentimo-nos bem e realizados. Quando nos afastamos e entramos em nossas neuras do dia-a-dia, sentimo-nos mal e estressados... Pode ser que esse plano seja uma somatória de informações que herdamos dos nossos ancestrais, geneticamente. Ou quem sabe seja algo além? Tanto faz... Para vê-lo, é importante soltar as crenças da cabeça. É necessário deixar as emoções de lado, por um instante. E buscar, através de perguntas corretas. E então... meditar. Ou fazer caminhadas. Ou ainda, ioga. Quem sabe uma constelação sistêmica? Qualquer coisa que faça você voltar a si mesmo, e encontrar-se não com emoções químicas provocadas pelo seu cérebro, mas com uma chama maior que arde em si, e está pronta para ser vista. Quando você descobrir o que veio fazer neste planeta, e se colocar a serviço disso, saindo do caminho tradicional que a sociedade quer empurrá-lo, a vida ganha um novo sentido, você ganha um novo sentido, e tudo em volta passa a ter lógica.


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